
economia e mercados
24 Economia e Mercados
Diário
Publicação diária com os principais indicadores dos mercados financeiros (ações, obrigações, mercado monetário, taxas de câmbio, commodities) e com a análise dos principais “market movers” do dia, incluindo os indicadores de atividade económica, as decisões de política monetária e os eventos políticos mais relevantes.
Junho
- A manhã desta 5ª feira está a ser marcada por uma recuperação da generalidade dos mercados accionistas europeus e asiáticos, após várias sessões de desvalorização. Esta evolução deve-se à aprovação do acordo para a suspensão do debt ceiling nos Estados Unidos, pela Câmara dos Representantes, esta noite. O acordo terá agora que ser votado no Senado, onde deverá ser também aprovado, afastando definitivamente o risco de incumprimento do Tesouro. A contribuir também para o recuo da aversão ao risco e para a melhoria do sentimento dos investidores está a divulgação, na China, de uma subida do índice Caixin PMI Manufacturing em Maio, sinalizando uma expansão da actividade na indústria.
- O dólar prossegue o movimento recente de apreciação em termos efectivos, situando-se a cotação EUR/USD em torno de 1.069. Os comentários de alguns membros do Fed (Harker e Jefferson), sugerindo uma manutenção da taxa fed funds na reunião deste mês, reduziram a probabilidade atribuída pelo mercado a uma subida, para 35%.
- Na Zona Euro, os preços no consumidor tiveram uma variação nula no mês de Maio, propiciando uma descida mais expressiva que o esperado da inflação homóloga, de 7% para 6.1%, e de 5.6% para 5.3% na medida core. Na sessão de hoje, merece destaque, nos EUA, a divulgação do índice ISM Manufacturing para Maio.
Maio
- As preocupações em torno do desempenho da actividade da China estão hoje a penalizar o desempenho da generalidade dos activos de risco. Os índices PMI oficiais revelaram um acentuar da contracção da actividade da indústria e uma desaceleração dos serviços na China no mês de Maio, tendo os respectivos valores ficado abaixo das expectativas. O renminbi cai para o nível mais baixo dos últimos 6 meses, com a cotação USD/CNY a regressar a 7.10. A cotação EUR/USD recua para 1.068. A dívida pública europeia e americana valoriza, com as respectivas yields a cair (para 2.27% na Alemanha e 3.66% nos EUA, a 10 anos).
- Na Zona Euro, os indicadores de confiança da Comissão Europeia revelaram em Maio uma deterioração generalizada do sentimento dos empresários. Tal como tinha ocorrido em Espanha, a inflação homóloga em França caiu de forma mais acentuada que o esperado em Maio, de 5.9% para 5.1%, em resultado de uma descida de 0.1% dos preços face ao mês anterior. Será conhecida esta tarde a estimativa para a Alemanha, antes do dados para o conjunto da Zona Euro, amanhã.
- Nos EUA, o índice de confiança dos consumidores do Conference Board caiu em Maio de 103.7 para 102.3 pontos, com uma deterioração da avaliação das condições actuais do mercado de trabalho e das perspectivas para a economia. Deverá ser hoje votado na Câmara dos Representantes o acordo para suspender o debt ceiling, essencial para evitar um default.
- Os mercados accionistas europeus apresentam movimentos sem direcção bem definida, depois de perdas ligeiras na 2ª feira. Nos EUA, onde os mercados estiveram ontem encerrados, os futuros sinalizam uma evolução positiva, reflectindo a confiança na aprovação no Congresso do acordo de princípio alcançado pela Administração Biden e pela liderança republicana da Câmara dos Representantes para suspender o tecto da dívida por 2 anos. A votação na Câmara dos Representantes poderá ocorrer já esta 4ª feira, após a qual o acordo seguirá para o Senado. A aprovação do acordo removerá um dos principais riscos negativos de curto prazo à economia americana.
- O dólar prossegue a trajectória recente de apreciação em termos efectivos, situando-se a cotação EUR/USD em torno de 1.069. O ouro recua para o valor mais baixo desde Março (USD 1940/onça). Nos EUA, as yields dos Treasuries de longo prazo registam ligeiras descidas, a que corresponde uma valorização dos respectivos títulos. Na Europa, as taxas da dívida pública desceram ontem de forma significativa, movimento que prossegue hoje. A yield do Bund a 10 anos desce para 2.38%.
- Em Espanha, os preços desaceleraram em Maio de forma mais acentuada que o esperado, segundo a estimativa conhecida esta manhã. A inflação homóloga desceu de 4.1% para 3.2%, com a medida core a recuar de 6.6% para 6.1%. Destaca-se hoje, na Zona Euro, a divulgação dos indicadores de confiança apurados pela Comissão Europeia para Maio e, nos EUA, do índice de confiança dos consumidores do Conference Board.
- Os principais índices accionistas europeus exibiam, esta manhã, variações ligeiramente positivas (em torno de 0.1%-0.3%). O relativo optimismo dos investidores reflecte o anúncio, no fim de semana, de um princípio de acordo entre a Administração Biden e a maioria Republicana na Câmara dos Representantes para suspender o “tecto” da dívida pública americana, aliviando assim os receios de um default por parte dos EUA, que poderia ocorrer a partir de 5 de Junho. O dólar deprecia apenas marginalmente em termos efectivos e face ao euro (em torno de EUR/USD 1.0731). Os mercados accionista e de dívida estarão hoje encerrados nos EUA (Memorial Day) e no Reino Unido (Spring Bank Holiday). A yield do Bund recuava esta manhã 2 bps.
- O acordo suspende o tecto da dívida durante 2 anos, até depois das próximas eleições presidenciais. Em contrapartida, introduz algumas restrições à despesa durante o mesmo período (estima-se uma redução efectiva da despesa em torno de USD 650 mil milhões ao longo de 10 anos). O acordo deverá ser votado nos próximos dias na Câmara dos Representantes e no Senado. Apesar de persistir alguma incerteza, parece ser provável a sua aprovação. Isto não deverá impedir o mercado de se focar rapidamente na persistência de outros riscos para o outlook, incluindo a maior restritividade das condições financeiras (para as quais poderá contribuir o aumento esperado das emissões de dívida pelo Tesouro americano, “sugando” liquidez do mercado).
- O Presidente Erdogan venceu Kemal Kilicdaroglu na 2ª volta das eleições na Turquia (52%-48%), avançando assim para um 3º mandato. A preocupação em torno da política económica pouco “ortodoxa” de Erdogan (e.g. corte dos juros perante uma inflação que chegou a superar 85% YoY no ano passado, e que permanece próxima de 44% YoY) levou a lira turca a evoluir em torno de novos mínimos históricos esta 2ª feira (USD/TRY 20.06).
- A manhã desta 6ª feira está a ser marcada por ganhos ligeiros dos principais mercados accionistas, que recuperam parcialmente das perdas sofridas ao longo das últimas sessões. Aparentes avanços nas negociações políticas nos EUA visando um acordo para elevar o debt ceiling estão a conduzir a uma melhoria do sentimento dos investidores e a uma diminuição da aversão ao risco. De acordo com algumas fontes, estará a ser ultimado um acordo para a elevação do debt ceiling que contempla uma limitação da despesa num horizonte de 2 anos. A incerteza mantém-se, no entanto, elevada.
- O preço do gás natural na Europa acentuou ontem a trajectória de descida, voltando a cair esta manhã para EUR 25.2/MWh, valor mais baixo desde Maio de 2021. Para esta evolução contribui a deterioração das perspectivas para a procura, num contexto de previsão de subida das temperaturas. Na sessão de hoje, serão divulgados, nos EUA, o rendimento e a despesa das famílias em Abril, bem como a evolução das encomendas de bens duradouros e da medida de inflação mais acompanhada pelo Fed no mesmo mês.
- Destaque-se a queda da lira turca para um novo mínimo histórico esta manhã (USD/TRY 20.08), antes da 2ª volta das eleições presidenciais deste Domingo. É muito grande a incerteza quanto ao resultado final, com um empate técnico nas sondagens. O iene recuou ontem para níveis superiores a USD/JPY 140, os mais enfraquecidos da divisa japonesa dos últimos 6 meses, reflectindo as expectativas de manutenção da política monetária ultra-expansionista do Banco do Japão.
- Os mercados accionistas europeus prolongam, esta 5ª feira, a desvalorização das últimas sessões, continuando pressionados pela ausência de avanços relevantes nas negociações para elevar o debt ceiling nos Estados Unidos. A agência de rating Fitch alertou para o risco de a dívida pública norte-americana poder vir a perder a classificação de AAA, embora mantenha a expectativa de um acordo político de última hora.
- As minutas da última reunião do Fed, ontem divulgadas, sugerem que a autoridade monetária se prepara para uma pausa na subida dos juros de referência na reunião de Junho, dado o contexto de grande incerteza, nomeadamente quanto à evolução do crédito na sequência da instabilidade da banca regional. No entanto, o Fed não exclui a possibilidade de novas subidas à frente. O dólar avança, com a cotação EUR/USD em 1.073. Serão hoje divulgados os novos pedidos de subsídio de desemprego nos EUA na última semana.
- Na Alemanha, os dados do PIB do 1º trimestre foram revistos em baixa, tendo registado uma queda de 0.3% face ao trimestre anterior e não uma estagnação, como inicialmente apurado. Destacou-se a diminuição do consumo privado e do consumo público. Seguindo-se à contracção de 0.5% nos últimos 3 meses de 2022, a economia alemã entrou, assim, em recessão técnica. O preço do gás natural volta a cair esta 5ª feira, para níveis inferiores a EUR 27/MWh, novos mínimos desde Junho de 2021.
- Os mercados accionistas internacionais prosseguem esta 4ª feira o movimento de desvalorização das sessões anteriores. A contribuir para a deterioração do sentimento dos investidores está o impasse nas negociações políticas nos Estados Unidos para a elevação do debt ceiling. As yields da dívida pública norte-americana mantêm-se relativamente estáveis no longo prazo (3.70% a 10 anos), mas exibem subidas significativas nos prazos curtos, associados a um maior risco de incumprimento (a taxa dos títulos a 1 mês chegou a ultrapassar 6% na sessão de ontem). O preço do cobre desceu para valores inferiores a USD 8000/tonelada pela primeira vez este ano, reflectindo os receios em torno da actividade económica na China.
- Com um aumento dos preços no consumidor de 1.2% em Abril face ao mês anterior, a taxa de inflação homóloga britânica desceu de forma menos intensa que o esperado, de 10.1% para 8.7%. A nível core verificou-se uma subida, de 6.2% para 6.8% YoY, ilustrando a persistência de pressões inflacionistas a um nível alargado. Neste contexto, passou a ser antecipada na totalidade pelo mercado uma nova subida de 25 bps da Bank rate a 22 de Junho, para 4.75%. Os Gilts desvalorizam, a que corresponde uma subida acentuada das respectivas yields (+28 bps a 2 anos, para 4.41% e +15 bps a 10 anos, para 4.30%).
- O índice IFO de clima empresarial na Alemanha caiu em Maio de 93.4 para 91.7 pontos, a primeira descida desde Outubro, em resultado de uma deterioração tanto das expectativas como da avaliação da situação actual. Merece destaque, hoje, a divulgação das minutas da última reunião de política monetária do Fed (19h).
- As negociações políticas nos Estados Unidos para elevar o limite de endividamento público (debt ceiling) continuam a condicionar a evolução dos mercados financeiros. Da reunião desta 2ª feira entre o Presidente Biden e o líder republicano da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, não resultou ainda um acordo, embora se tenham comprometido a evitar um default do Tesouro norte-americano. A ausência de um acordo concreto conduz a perdas generalizadas dos mercados accionistas esta terça-feira. As yields dos Bilhetes do Tesouro a 1 mês sobem 7 bps hoje, ampliando para 60 bps a subida desde o início do mês, enquanto a do Treasury a 2 anos avança 5 bps, para 4.37%.
- Na Zona Euro, os índices PMI referentes ao mês de Maio voltaram a sinalizar um desempenho divergente entre os sectores da indústria e dos serviços. O PMI Manufacturing recuou para o nível mais baixo desde Maio de 2020, apontando assim para uma intensificação da quebra da actividade no sector industrial, particularmente evidente na Alemanha. O índice dos serviços recuou também, embora ligeiramente, sugerindo uma leve desaceleração da actividade, sinalizada igualmente pelo índice compósito.
- O dólar avança em termos efectivos, com a cotação EUR/USD a recuar para níveis marginalmente inferiores a 1.08. Para esta evolução contribuíram os comentários agressivos de alguns responsáveis do Fed esta 2ª feira. O Presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, defendeu ontem duas subidas adicionais de 25 bps da taxa fed funds. Neil Kashkari , por seu turno, afirmou que uma possível pausa em Junho não significa necessariamente que o ciclo de subidas tenha terminado. Na sessão de hoje, nos EUA, serão conhecidas as vendas de novas habitações no mês de Abril.
- A semana arranca com variações ligeiras dos mercados accionistas, com os investidores expectantes quanto a uma nova reunião, nos EUA esta 2ª feira, entre o Presidente Biden e o líder republicano da Câmara dos Representantes, McCarthy, visando elevar o limite de endividamento público (debt ceiling) e impedir um default do Tesouro. Merece destaque o avanço da bolsa grega (com o ASE a subir mais de 6%), depois de o partido Nova Democracia do Primeiro-Ministro Mitsotakis ter recebido 41% dos votos nas eleições deste Domingo. Mitsotakis deverá optar por avançar, dentro de um mês, para uma 2ª volta, que dá um bónus de 50 assentos no Parlamento ao partido vencedor.
- Na 6ª feira, a agência Moody’s reviu em alta o outlook para a dívida pública portuguesa para “positivo”, em função da melhoria de perspectivas para o crescimento económico e das contas públicas, reafirmando o rating de Baa2. As yields da dívida de Portugal descem esta manhã (para 3.19% a 10 anos), o mesmo sucedendo em toda a Zona Euro. A Presidente do BCE reafirmou este Domingo que a actuação do BCE não está ainda terminada, dado que a inflação se encontra ainda “a níveis muito elevados e há demasiado tempo”. Lagarde sinalizou assim de novo que serão necessárias ainda novas subidas das taxas de referência.
- Esta semana, merece destaque a divulgação dos índices PMI relativos ao desempenho da indústria e dos serviços em Maio na Zona Euro (terça-feira). É esperada uma ligeira desaceleração dos serviços e a continuação da contracção da actividade na indústria. Na 4ª feira, será conhecido o índice IFO para Maio, que poderá revelar uma deterioração do clima empresarial na Alemanha. Nos EUA, destaca-se a divulgação das minutas da última reunião do Fed (4ª feira).
- Os mercados accionistas europeus prolongam, na manhã desta 6ª feira, o movimento de valorização ontem registado, continuando a beneficiar da convicção crescente de será possível alcançar um acordo político nos Estados Unidos que permita a elevação do limite de endividamento público (debt ceiling), evitando-se um incumprimento do Tesouro norte-americano. O líder republicano da Câmara dos Representantes sugeriu que um acordo poderá vir a ser votado naquela câmara ainda na próxima semana. Refira-se o avanço do DAX para o valor mais alto desde Janeiro de 2022. No Japão, o índice Nikkei avançou 0.8% e o Topix registou um novo máximo desde Agosto de 1990.
- O dólar registou ontem uma forte apreciação em termos efectivos, impulsionado por comentários do Presidente do Fed de Dallas, que sugeriu que os dados mais recentes não justificam uma pausa na subida dos juros em Junho. A probabilidade atribuída pelo mercado a uma nova subida da taxa fed funds no próximo mês subiu para cerca de 40%. O dólar recua ligeiramente esta manhã, com a cotação EUR/USD em torno de 1.078.
- Os preços no produtor na Alemanha voltaram a desacelerar no mês de Abril, com a respectiva taxa de variação homóloga a descer de 6.7% para 4.1%, valor mais baixo em 25 meses, sinalizando um novo decréscimo das pressões inflacionistas na maior economia europeia. O preço do gás natural na Europa continental caiu ontem para valores inferiores a EUR 30/MWh pela primeira vez desde Junho de 2021, prolongando a descida gradual dos últimos meses.
- Os mercados accionistas internacionais apresentam ganhos generalizados esta 5ª feira, graças a uma maior confiança de que será alcançado em breve, nos Estados Unidos, um acordo que permita a elevação do limite de endividamento (debt ceiling), evitando um incumprimento por parte do Tesouro. Tal confiança foi expressa pelo próprio Presidente Biden. Também o líder republicano da Câmara dos Representantes voltou a afirmar que considera possível um acordo que impeça um default. Os índices accionistas de referência norte-americanos encerraram a sessão de ontem com ganhos superiores a 1%.
- A contribuir também para a melhoria do sentimento dos investidores esteve a notícia do aumento dos depósitos no Western Alliance Bancorp, diminuindo os receios em torno da banca regional norte-americana, que valorizou em bolsa. No plano cambial, o dólar avança em termos efectivos pela 3ª sessão consecutiva. A cotação EUR/USD recua para cerca de 1.082 e o renminbi volta a depreciar (para USD/CNY 7.02, novo mínimo desde o início do ano).
- Nos EUA, de acordo com a Moody’s, os preços do imobiliário comercial caíram no 1º trimestre, o que já não ocorria desde 2011. Será hoje conhecida a evolução dos novos pedidos de subsídio de desemprego na última semana e o índice Philadelphia Fed para Maio. Serão ainda conhecidos os resultados da Walmart para o 1º trimestre.
- O impasse nas negociações para elevar o limite ao endividamento público (debt ceiling) nos EUA continua a penalizar o sentimento dos investidores, conduzindo a perdas generalizadas dos mercados accionistas. Não houve avanços relevantes na reunião que teve lugar ontem na Casa Branca entre o Presidente Biden e os líderes republicanos e democratas do Congresso visando uma solução que evite um incumprimento do Tesouro norte-americano já a partir de 1 de Junho. No entanto, tanto os representantes republicanos como os democratas consideraram ser ainda possível um acordo antes do final da semana. O PIB do Japão cresceu 1.6% em termos anualizados no 1º trimestre, acima das expectativas, impulsionado pelo consumo privado.
- Os dados conhecidos ontem para a economia norte-americana revelaram alguma robustez. As vendas a retalho cresceram 0.4% em Abril face ao mês anterior. Por seu turno, a produção industrial cresceu 0.5% em Abril face ao mês anterior, superando as expectativas. O índice NAHB de sentimento dos empresários do sector da habitação subiu de 45 para 50 pontos em Maio, nível mais alto desde Julho.
- O índice ZEW de expectativas para a economia alemã caiu em Maio pelo 3º mês consecutivo, de +4.1 para -10.7 pontos, uma deterioração consideravelmente mais acentuada que o esperado. Neste contexto, é antecipada uma degradação da situação da maior economia da Zona Euro, não podendo ser excluído um cenário de recessão leve.
- A manhã está a ser marcada por variações ligeiras dos índices accionistas na Europa e perdas na Ásia, com o sentimento dos investidores a ser penalizado pelo desempenho aquém do esperado da economia chinesa sugerido por novos indicadores e pela preocupação em torno da questão do debt ceiling nos EUA. A Secretária do Tesouro Janet Yellen reafirmou que o Tesouro poderá entrar em incumprimento a 1 de Junho, acrescentando que é já visível um aumento significativo dos custos de financiamento da dívida que vence após essa data. Decorrerá hoje uma reunião entre o Presidente Biden e os líderes do Congresso. Será hoje conhecida, nos EUA, a evolução das vendas a retalho e da produção industrial em Abril e, na Europa, será divulgado o índice ZEW de expectativas para a economia alemã. Serão ainda apresentados os resultados da Home Depot nos EUA.
- Na China, a produção industrial e as vendas a retalho cresceram 5.6% e 18.4% YoY em Abril, um desempenho que ficou abaixo do esperado, embora constitua uma aceleração face ao mês anterior. Estes dados vêm juntar-se à acentuada queda das importações conhecida na semana passada, evidenciando a debilidade da procura interna. Aumenta a expectativa de que as autoridades chinesas venham a implementar novas medidas de cariz expansionista, nomeadamente no plano monetário.
- A Comissão Europeia reviu em alta as perspectivas para o crescimento do PIB da Zona Euro para 1.1% este ano e 1.6% em 2024 (vs. 0.9% e 1.5% antes). Para a Alemanha, é antecipado um crescimento de 0.2% em 2023 e de 1.4% em 2024. As perspectivas para a inflação foram também revistas em alta, para 5.8% em 2023 e 2.8% em 2024.
- A semana iniciou-se com ganhos ligeiros nos índices accionistas europeus (+0.23% no Euro Stoxx 600) e nos futuros dos índices americanos (+0.4% no S&P 500), em parte suportados pela divulgação de uma queda de 0.5% YoY dos preços grossistas na Alemanha, em Abril, e pelas afirmações do Presidente Biden, mostrando confiança num acordo entre Democratas e Republicanos para a elevação do debt ceiling.
- Na Turquia, o Presidente Erdogan venceu a 1ª volta das eleições, com 49.4% dos votos, contra 45% de Kemal Kılıçdaroğlu. A confirmarem-se estes resultados, e dado que nenhum candidato alcançou a fasquia dos 50%, uma 2ª volta terá lugar no próximo dia 28, entre Erdogan e Kılıçdaroğlu. O cenário de continuação das políticas económicas menos ortodoxas de Erdogan penalizou a lira turca, que chegou a tocar em mínimos de USD/TRY 19.7, antes de recuperar ligeiramente, evoluindo em torno de USD/TRY 19.6.
- Esta semana, o consumo estará em foco na economia dos EUA, com a divulgação das vendas a retalho de Abril e dos resultados do 1Q’23 das retalhistas Home Depot (terça-feira), Target (4ª feira) e Walmart (5ª feira). Na última 6ª feira, foi conhecida uma descida forte da confiança dos consumidores americanos em Maio. Ao nível da política monetária do Fed e do BCE, merecem atenção intervenções de Powell (6ª feira) e de Lagarde (terça e 6ª feira). Na China, efeitos de base devem favorecer o crescimento homólogo das vendas a retalho e da produção industrial de Abril. No Japão, será conhecido o crescimento do PIB do 1Q’23 (estimativa de 0.8% QoQ anualizado, em aceleração). A inflação japonesa terá subido em Abril, de 3.2% para 3.5% YoY. Hiroshima recebe a cimeira do G7.
- A manhã desta 6ª feira está a ser marcada por uma valorização dos mercados accionistas europeus, com a apresentação de resultados acima do esperado da empresa de artigos de luxo Richemont, que detém a Cartier, beneficiando da expansão das vendas na China. Também a realização de um encontro entre o Conselheiro do Presidente dos EUA para a Segurança Nacional e o principal diplomata da China está a contribuir para uma melhoria do sentimento dos investidores, sinalizando um alívio das tensões entre os dois países.
- O Banco de Inglaterra elevou ontem a sua taxa de juro de referência em 25 bps, para 4.50%, nível mais elevado desde Novembro de 2008. O Governador Andrew Bailey sinalizou a possibilidade de novas subidas, se necessário, para levar a inflação a descer para o objectivo de 2%. Aumentaram, assim, as expectativas do mercado para o nível da Bank rate ao longo dos próximos meses. Já hoje, foi conhecido o crescimento de 0.1% QoQ da economia britânica no 1º trimestre, idêntico ao do trimestre anterior.
- Nos Estados Unidos, os preços no produtor prosseguiram em Março a desaceleração dos últimos meses. Subindo 0.2% no mês, um pouco abaixo do esperado, a variação homóloga desceu de 2.7% para 2.3%, nível mais baixo desde Janeiro de 2021. Os novos pedidos de subsídio de desemprego subiram, na última semana, em 22 mil, para 264 mil, acima das expectativas e o nível mais alto desde Out 2021. A dívida pública norte-americana valorizou, tendo as respectivas yields recuado (para 3.90% a 2 anos).
- O Banco de Inglaterra (BoE) deverá voltar a subir a bank rate em 25 bps, para 4.50%, um máximo desde Novembro de 2008. Procurar-se-á, na intervenção do BoE, sinais sobre os próximos passos em termos de política monetária, dada a persistência de níveis de inflação elevados. Na China, a taxa de inflação no consumidor caiu mais que o esperado, de 0.7% para 0.1% YoY em Abril, um mínimo desde Fevereiro de 2021.
- Descida ligeira da taxa de inflação no consumidor (IPC) nos EUA em Abril, de 5% para 4.9% YoY headline e de 5.6% para 5.5% YoY core. Este resultado veio dar algum suporte à decisão do Fed de sinalizar uma pausa no recente ciclo de subida dos juros directores, pressionando em baixa as yields soberanas e aumentando a probabilidade atribuída pelo mercado a um corte da fed funds rate no final do ano. Hoje será conhecida a evolução dos preços no produtor nos EUA, mantendo o tema da inflação em foco.
- No mercado accionista, a revisão em baixa das expectativas do mercado para os juros americanos beneficiou as empresas tecnológicas, que valorizaram ontem 1.2% no S&P 500 (vs 0.4% para o conjunto do índice). O Nasdaq subiu 1%, para um máximo desde Junho de 2022. Nas commodities, assiste-se hoje a uma subida nos preços do petróleo, suportada por disrupções à oferta no Canadá (devido a incêndios) e no Iraque.
- Os principais índices accionistas europeus evoluíam esta manhã em baixa, depois de uma sessão maioritariamente de quedas, ontem, nos EUA e na Europa. O mercado aguarda, hoje, a divulgação dos números da inflação (IPC) de Abril nos EUA. Espera-se uma inflação headline estabilizada em 5% YoY, e uma ligeira desaceleração dos preços core, para 5.5% YoY. Registos mais baixos que o esperado tenderiam a consolidar a expectativa de uma pausa na subida dos juros de referência pelo Fed. Já registos mais elevados manteriam em aberto a possibilidade de mais um movimento de elevação da target rate dos fed funds.
- Ontem, as preocupações com o outlook global foram suportadas pela divulgação de uma desaceleração das exportações e de uma forte queda das importações na China em Abril. Nos EUA, o Presidente do Fed de Nova York, John Williams, afirmou que se encontra de “mente aberta” relativamente ao próximo passo da política monetária da Reserva Federal, na reunião de Junho, não se comprometendo, assim, com a interpretação do mercado de uma pausa na subida dos juros. O Presidente Biden reuniu-se com os líderes do Congresso, tentando desbloquear o impasse em torno do debt ceiling. Não foram feitos avanços relevantes no sentido de a economia americana evitar um default em Junho, tendo sido apenas acordadas novas rondas de negociações sobre a despesa.
- Na Zona Euro, Isabel Schnabel, do Executive Board do BCE, defendeu que os juros de referência terão que continuar a subir (ainda que a um ritmo mais contido), até que a inflação core – vista como demasiado elevada – mostre sinais de descida consistente. Joachim Nagel, do Bundesbank, reforçou esta ideia, mas considerou também que o ciclo de subidas se aproxima do fim, dada a postura já restritiva da política monetária.
- A manhã desta terça-feira está a ser marcada por um recuo generalizado dos mercados accionistas. O sentimento dos investidores está hoje a ser penalizado pelos dados do comércio externo da China de Abril, em particular pela acentuada queda das importações, de 7.9% em termos homólogos, muito mais abrupta que o esperado e que o registo do mês anterior. A forte quebra das importações levanta questões acerca da recuperação da actividade na economia chinesa após o levantamento, no início do ano, das restrições associadas ao controlo da pandemia. Os preços do petróleo recuam cerca de 1%, com a deterioração de perspectivas para a procura.
- A questão do limite ao endividamento público nos EUA permanece também entre as preocupações dos investidores, estando agendada para hoje uma reunião entre o Presidente Biden e os líderes democrata e republicano do Senado. Caso não seja alcançada uma solução que permita elevar (mesmo que temporariamente) tal limite, poderia ocorrer o incumprimento de alguns pagamentos por parte do Tesouro americano já a partir do início de Junho, com consequências negativas (difíceis de quantificar) sobre a confiança dos agentes e a estabilidade financeira. As yields da dívida pública americana subiram ontem em todas as maturidades, situando-se em 3.50% a 10 anos.
- No que respeita ao BCE, merecem destaque as palavras do Governador do Banco da Letónia, defendendo que ainda não é claro que as subidas dos juros de referência terminem em Julho. Também o Governador do Banco da Eslováquia referiu ontem que o combate à inflação está ainda “longe de estar ganho” e que há ainda “muito caminho a percorrer”, reiterando a mensagem da Presidente Lagarde na reunião da passada 5ª feira.
- Os mercados accionistas europeus apresentam ganhos ligeiros no arranque da semana, prolongando, assim, a evolução positiva de 6ª feira. Os investidores encontram-se, por um lado, a digerir as subidas dos juros de referência do Fed e do BCE da última semana e, por outro, a acompanhar a recuperação dos títulos da banca regional norte-americana sugerida pela evolução dos futuros. Na Alemanha, a produção industrial caiu 3.4% em Março face ao mês anterior, um desempenho muito mais desfavorável que o esperado.
- A sessão de 6ª feira ficou marcada por uma recuperação expressiva e generalizada dos activos de maior risco, destacando-se a recuperação dos títulos dos bancos regionais dos Estados Unidos, após a acentuada desvalorização das sessões anteriores. As acções do PacWest subiram 81.7% na sessão, reduzindo a queda semanal para 43.3%. A divulgação dos dados do mercado de trabalho norte-americano no mês de Abril impulsionou o sentimento dos investidores, diminuindo o risco de ocorrência de recessão. Foram criados 253 mil postos de trabalho em termos líquidos, consideravelmente acima das expectativas e do registo do mês anterior.
- Esta terça-feira, o Presidente Biden reunir-se-á com os líderes democrata e republicano do Congresso para discutir a elevação do limite ao endividamento, visando evitar uma situação de incumprimento do Tesouro. No que respeita à informação macroeconómica, destacar-se-á, nos Estados Unidos, a divulgação dos dados de inflação no mês de Abril (4ª feira). Na 5ª feira, o Banco de Inglaterra deverá anunciar uma nova subida da taxa de juro de referência de 25 bps, elevando-a, assim, a 4.5%.
- A manhã desta 6ª feira está a ser marcada por uma evolução moderadamente positiva dos mercados accionistas europeus, numa sessão que deverá ser dominada pela divulgação dos dados referentes ao mercado de trabalho norte-americano (13h30). Destaque-se o avanço da Adidas, cujos resultados para o 1º trimestre superaram as expectativas. Ontem, já depois do fecho do mercado, a Apple apresentou vendas e resultados superiores ao esperado.
- A sessão de ontem ficou marcada por um claro agravamento da aversão ao risco e um incremento dos níveis de volatilidade. O sector bancário norte-americano voltou a sofrer perdas na sessão de ontem, continuando vários bancos regionais a ser penalizados pelas preocupações em torno da sua robustez. O dólar perde ligeiramente, situando-se a cotação EUR/USD em torno de 1.103.
- O BCE anunciou ontem uma subida das taxas de juro de referência de 25 bps, ascendendo, assim, a taxa da facilidade de depósito a 3.25%. A persistência de níveis elevados de inflação e de riscos em alta justifica esta actuação. Lagarde deixou muito claro que o processo de subida dos juros terá ainda que prosseguir. Os futuros movimentos ficarão dependentes da informação económica que for sendo conhecida. Foi também anunciada a expectativa de que o reinvestimento dos títulos de dívida ao abrigo do programa APP deverá terminar em Julho. Mantemos a expectativa de que o BCE anunciará ainda mais duas subidas de 25 bps em Junho e em Julho.
- O Fed elevou a taxa de juro de referência em 25 bps na reunião de ontem, como esperado, para 5%-5.25%, um máximo desde Setembro de 2007. Adicionalmente, o Fed sinalizou uma pausa no actual ciclo de tightening da política monetária, também como esperado, de modo a analisar os efeitos cumulativos e desfasados do aumento da restritividade na actividade económica. O Fed continua a antecipar que a inflação demorará a retornar ao target, mas eventuais próximas subidas da taxa fed funds passarão a ser, assim, data dependent.
- Os números de Março das exportações alemães revelaram uma queda de 5.2% MoM nas exportações, fomentada tanto pelos países da UE como pelo resto do mundo. As importações caíram 6.4% MoM e o excedente da balança de bens alargou para EUR 16.7 mil milhões. Hoje termina mais uma reunião do Conselho de Governadores do BCE, antecipando-se também uma elevação dos juros em 25 bps. Uma nova subida de 50 bps não pode ser, no entanto, afastada.
- Na earnings season do 1Q 2023, os resultados reportados continuam a ser globalmente bons, com 79% das empresas do S&P 500 que já apresentaram contas a superarem as expectativas do mercado. A Ford e a Starbucks divulgaram resultados mais fortes que o esperado, enquanto que a Estée Lauder reviu em baixa as perspetivas de lucros para o ano, alegando uma recuperação mais lenta na Ásia (sobretudo na China). Já hoje, a Shell divulgou resultados que superaram as estimativas.
- Os principais mercados accionistas da Europa apresentam ganhos moderados na manhã desta 4ª feira, depois de a sessão de ontem ter ficado marcada por perdas expressivas que se deveram ao reavivar das preocupações em torno da banca regional dos Estados Unidos. Os receios relativamente à saúde financeira de algumas instituições bancárias de cariz regional agravaram-se de forma clara ontem, após a intervenção das autoridades norte-americanas no First Republic Bank e a sua venda ao JPMorgan Chase. Já hoje, os resultados do BNP Paribas no 1º trimestre excederam as expectativas. Os preços do petróleo caíram mais de 5% na sessão de ontem, voltando a descer ligeiramente esta 4ª feira (para USD 75.0/barril em Londres).
- A sessão de hoje será dominada pela decisão de política monetária do Fed (19h). É amplamente antecipado pelo mercado o anúncio de uma subida de 25 bps da taxa de juro fed funds para o intervalo 5-5.25%. Tal constituiria o 10º movimento consecutivo de subida dos juros de referência, que poderá vir a ser o último do actual ciclo. Os mercados estarão particularmente atentos a qualquer sinalização quanto à actuação futura, em especial sobre a possibilidade de uma descida de juros a prazo.
- A pesar sobre o sentimento dos investidores está a possibilidade de incumprimento de algumas das obrigações do Tesouro norte-americano. Até ao dia 1 de Junho (data em que tal incumprimento poderia ocorrer) são esperadas reuniões entre a Administração Biden e membros do Senado e da Câmara dos Representantes visando encontrar uma solução – ainda que temporária – que permita a elevação do tecto de dívida permitido e evitar um incumprimento do Tesouro. Estes receios, ao agravar os níveis de aversão ao risco, contribuíram também para uma forte descida das yields da dívida pública norte-americana.
- As praças europeias recuam ligeiramente esta manhã, com os investidores expectantes quanto às reuniões de política monetária do Fed (amanhã) e do BCE (5ª). Nos EUA, Janet Yellen alertou que o Tesouro americano pode esgotar os seus fundos no início de Junho. Os congressistas americanos têm, assim, cerca de um mês para aprovar um aumento do debt ceiling, de modo a evitar um potencial incumprimento de algumas das obrigações do Tesouro.
- Ontem, o dia ficou marcado pela intervenção das autoridades dos EUA no banco First Republic e pelo acordo para a sua venda ao J.P. Morgan, o maior banco americano, por USD 10.6 mil milhões. Este absorve a maior parte dos activos (USD 173 mil milhões) e a totalidade dos depósitos (USD 92 mil milhões) do FRB. A FDIC disponibiliza um empréstimo de USD 50 mil milhões ao J.P. Morgan e absorve, em caso de necessidade, uma parte das perdas com alguns empréstimos. Trata-se do 3º colapso de um banco americano em 2 meses.
- Nos EUA, o ISM Manufacturing subiu de 46.3 para 47.1 pontos em Abril, ligeiramente acima do esperado, mas mantendo-se em território de contracção pelo 6º mês consecutivo, reflectindo condições de financiamento mais restritivas. Na China, o PMI Manufacturing oficial caiu para 49.2 pontos em Abril, um mínimo de 4 meses e sugerindo uma contracção da actividade industrial. O PMI Non-Manufacturing recuou para 56.4 pontos, sugerindo um abrandamento nos serviços.