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SEGURANÇA ONLINE:

A economia portuguesa no contexto Covid 19

Carlos Andrade, Chief Economist

 

Covid 19 com impactos na oferta e procura

Crise exigiu forte capacidade de adaptação das empresas.
 
Embora sem a severidade dos efeitos directos sentidos pelos serviços, a indústria portuguesa sofreu impactos significativos com o surto do Covid-19. Primeiro, com a interrupção de actividades produtivas e a disrupção das supply chains; e, depois, com o recuo da procura, decorrente do confinamento e da quebra da actividade económica.Todos estes impactos exigiram das empresas uma elevada capacidade de adaptação - por exemplo, na procura de fornecedores alternativos; no cumprimento dos requisitos sanitários e de segurança; na resposta à redução do número de trabalhadores durante o confinamento; na procura de novas formas e canais de distribuição; e, em muitos casos, na rápida reconversão das unidades produtivas, no sentido de mudar ou alargar o foco da produção, permitindo manter a actividade e responder a necessidades do mercado (e.g. produção de máscaras e de outros equipamentos de protecção contra o Covid-19 na indústria têxtil; produção de viseiras de protecção nas indústrias dos moldes e plásticos; produção de álcool-gel no sector de bebidas destiladas).

Ainda que com restrições, a larga maioria das empresas industriais - que representam 17% do emprego e do VAB e 53% das exportações de bens e serviços (INE, BPort) - manteve-se em funcionamento, dando um contributo fundamental para a economia portuguesa neste período.
 

Sinais de retoma, mas abaixo do pré-Covid

Impactos e perspectivas diferenciados por sector.
 

Na sua fase inicial, a actual crise forçou o encerramento (sobretudo temporário) de 15% das empresas do sector industrial, tendo 78% reportado uma diminuição do volume de negócios (INE, BP). Dentro destas, perto de 20% referiu uma diminuição superior a 75%. Também na fase inicial, 62% das empresas industriais viram uma redução no pessoal ao serviço; a razão principal (44%) foi a ausência devido a assistência à família ou doença, seguida do recurso ao regime de layoff simplificado (33%). Com o desconfinamento, observa-se uma recuperação destes números, mas ainda sem o regresso à situação pré-Covid. Na 2ª metade de Junho, apenas 2% das empresas no sector da indústria se mantinham encerradas. Mas 33% continuavam a reportar uma tendência de diminuição do volume de negócios, sobretudo devido à falta de procura.

E 10% continuavam a reportar uma diminuição do pessoal ao serviço. Em Maio (dados disponíveis mais recentes do INE), apesar de uma ligeira recuperação face aos mínimos de Abril, a produção da indústria transformadora encontrava-se ainda 27.4% abaixo dos níveis registados em Fevereiro, sobretudo com os contributos dos bens de investimento e de consumo duradouro. Os impactos na procura são visíveis também no comportamento das exportações (INE). Em Abril (o ponto mais baixo deste ciclo), as vendas ao exterior registavam quedas nominais e homólogas de 60% nos bens de consumo duradouro, 74% nas partes e peças de material de transporte, 38% nas máquinas e bens de capital e 28% nos fornecimentos industriais de produtos transformados (a categoria de bens com maior peso). Apenas as exportações na indústria de bens alimentares registavam subidas (20-30%).

 

Principais desafios na fase de recuperação

Liquidez, supply chains, digital, qualidade.

 

Espera-se uma recuperação do crescimento a partir do Q2 2020 mas, num contexto de elevada incerteza e com algumas transformações estruturais em curso, o sector industrial enfrenta alguns desafios importantes:

  • Assegurar liquidez e necessidades de tesouraria. Para algumas empresas, possível necessidade de extensão das linhas Covid e outros apoios;
  • Mitigar riscos associados à subida do endividamento. Maior selectividade nas despesas e no investimento;
  • Avaliação e mitigação dos riscos ao longo das cadeias de valor. Manter planos de contingência e aumentar flexibilidade. Maior peso de cadeias de base regional e maior integração vertical. Pesar segurança vs. custos;
  • Potencial redução da procura por bens de investimento e de consumo duradouro e por material de transporte. Restrições à produtividade e rentabilidade, com padrões sanitários e de segurança mais exigentes;
  • Aumento esperado da procura nos sectores de tecnologias de informação e comunicação, na saúde e nas indústrias farmacêutica e agroalimentar;
  • Maior peso do digital na relação com fornecedores e clientes. Resposta a um mercado mais exigente nos valores, qualidade e sustentabilidade.

 

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