A neutralidade carbónica em Portugal
Susana Barros, Consultora Sénior
Ambiciosas metas ambientais
Objetivo de neutralidade carbónica em 2050.
A estratégia portuguesa para o ambiente e os compromissos de metas ambientais que Portugal assumiu perante as Nações Unidas e a Comissão Europeia são bastante exigentes. Destacam-se as seguintes:
- Uma redução entre 45% a 55% das emissões de CO2 até 2030 (vs. 2005), e de 85% em 2050 para atingir a Neutralidade Carbónica (com ajuda dos sumidouros). Em 2018, a redução era de cerca de 22% face a 2005;
- 80% da Eletricidade proveniente da produção através de Fontes Energia Renováveis (% E-FER) até 2030, e 100% até 2050. Em nov 2020, esta contribuição ascendia a 62%.
Neutralidade Carbónica
Fortes investimentos em fontes de energia renováveis e novos paradigmas de consumo
Portugal submeteu às Nações Unidas, em setembro 2019, o "Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050"1, onde define as principais linhas de orientação e as opções mais eficientes para atingir a neutralidade carbónica (Estratégia de Desenvolvimento a Longo Prazo com Baixas Emissões de Gases com Efeito de Estufa, prevista no Acordo de Paris2).
Atingir a neutralidade carbónica em 2050 implica:
- O reforço da capacidade de sequestro de carbono pelas florestas e por outros usos do solo (que se estima ascenda a cerca de 13 milhões de toneladas CO2 em 2050);
- A total descarbonização do sistema electroprodutor, apostando numa economia que se sustenta em recursos renováveis. O objetivo de que, em 2050, o total da produção de E-FER ascenda a 100%, pelo que são necessários investimentos significativos em nova capacidade renovável, em particular, energia eólica e fotovoltaica, com a consequente redução ou abandono da produção de eletricidade com recurso a combustíveis fósseis, como sejam o carvão, o fuelóleo e o gás natural;
- A total descarbonização da mobilidade urbana, e a promoção de políticas no setor dos transportes, em especial nas cidades (rede de mobilidade elétrica, veículo elétrico, transporte de mercadorias e promoção do transporte fluvial);
- A promoção do Hidrogénio como mais um vetor energético, em particular nos setores da indústria, transportes e energia, substituindo fontes fósseis e usando na sua produção fontes endógenas, renováveis;
- Os edifícios residenciais e de serviços, com reduções de emissões superiores a 96%, face a 2005, devido a uma eletrificação quase total dos consumos de energia dos edifícios, apoiados ainda em grandes ganhos de eficiência energética por via do reforço do isolamento e do recurso ao solar térmico;
- Alterações profundas na forma como utilizamos a energia e os recursos, com o consumo assente em modelos de economia circular. Para estes resultados serem atingidos, terão de ser feitas alterações no paradigma de produção e consumo do ecossistema energético, sendo encetados vários desafios, mas que também trazem várias oportunidades.
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