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SEGURANÇA ONLINE:

Perspetivas para o setor do turismo no pós-Covid 19

Carlos Andrade, Chief Economist

 

Um dos setores mais afetados pela Covid 19

Procura externa pode recuar 20%-40% em 2020.
 
O turismo é um dos setores mais afetados pelo choque da Covid-19. As estimativas iniciais da UNWTO apontavam para uma queda de 20% a 30% no fluxo internacional de turistas em 2020. Outras estimativas sugerem que, no caso de Portugal, esta queda poderia chegar a 40% (uma redução de 6.5 milhões de turistas estrangeiros vs. 16.3 milhões registados em 2019). Deverá também observar-se alguma redução nos 10.7 milhões de hóspedes residentes. Na fase inicial da crise, 62% das empresas de alojamento e restauração tinham encerrado a atividade (55% temporariamente) e 98% reportaram uma queda no volume de negócios. Embora se assista a uma recuperação com o desconfinamento, este deverá ser um dos setores a recuperar mais lentamente. Colocam-se desafios importantes, que exigirão uma adaptação a uma "nova normalidade".
 

O Turismo é um setor fundamental

Consumo turístico representa 15-16% do PIB português.
 

A relevância do turismo para a recuperação da economia portuguesa é evidente. Estima-se que o turismo terá representado 8.5%-9% do VAB da economia portuguesa em 2019, e que o consumo total de turismo no território nacional terá representado 15%-16% do PIB. Outras medidas mais latas (e.g. WTTC) colocam o impacto do turismo na economia portuguesa próximo de 20% do PIB. O emprego nas atividades relacionadas com o turismo tem um peso próximo de 10% do total. Considerando apenas o alojamento e restauração, nos últimos 5 anos foram criados 74 mil empregos (um crescimento acumulado de 29.5%, vs. 8.2% de crescimento do emprego total). As exportações de serviços de turismo representaram 19.8% das exportações totais de bens e serviços (8.7% do PIB). E não pode ser esquecido o impacto do turismo nos sectores imobiliário, agroalimentar e industrial.

 

Preservar capacidade produtiva é prioridade

Foco nas medidas de apoio ao emprego e às empresas.

 

Em Portugal, poderá assistir-se, em 2020, a uma queda anual da atividade turística de 15% a 20%, contribuindo para uma redução do PIB até 2.6%. Mesmo com uma recuperação a partir de junho (já visível), existe o risco de que a atividade do turismo se encontre, no final de 2021, ainda 10% a 15% abaixo dos níveis pré-Covid.
Este cenário seria concretizado se, por quebras do rendimento e da procura que se prevêem temporárias, se observassem aumentos significativos e mais duradouros do desemprego e do encerramento de empresas. Isso significaria que, quando a procura turística regressasse plenamente, Portugal não conseguiria aproveitar a recuperação económica na sua totalidade, porque teria perdido capacidade produtiva num sector fundamental. Uma prioridade deverá ser, assim, preservar a capacidade produtiva no turismo, através da extensão das medidas de proteção do emprego e de apoio à tesouraria e à estabilidade financeira das empresas.

 

Principais desafios na fase de recuperação

Segurança, rentabilidade, qualidade e comunicação.

 

Enquanto uma vacina não estiver disponível e persistirem os impactos económicos da crise, os consumidores manter-se-ão cautelosos. Por outro lado, a economia pós-Covid-19 deverá ser menos global, mais digital e mais consciente (com consumidores mais exigentes no que respeita à qualidade, saúde, ambiente e valores das empresas). Este contexto gera vários desafios:

  • Promover o turismo no mercado interno "alargado" (turistas portugueses e espanhóis); em 2019, os portugueses fizeram 3 milhões de viagens turísticas ao exterior e 2.3 milhões de espanhóis visitaram Portugal);
  • Capitalizar, nos mercados externos chave, a imagem de Portugal como destino seguro no contexto Covid; e como país estável do ponto de vista social e político;
  • Preservar o estatuto de destino seguro através de medidas preventivas e sanitárias rigorosas;
  • Focar em segmentos de mercado com maior poder de compra e maior propensão a viajar (e.g. millenials), dada a pressão sobre a rentabilidade (custos acrescidos e restrições ao número de clientes);
  • Investir numa oferta com maior qualidade, mais personalizada, genuína e de menor densidade, assente em práticas sustentáveis;
  • Assegurar a acessibilidade aérea a partir dos mercados chave, assumindo capacidade e segurança da oferta turística;
  • Adaptar a comunicação e oferta a um consumidor mais digital.

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