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SEGURANÇA ONLINE:

Covid 19 | Transformações na gestão das empresas

Susana Barros, Consultora Sénior

 

Alterações na gestão das empresas

A COVID 19 catapultou tendências no funcionamento das empresas.
 
A COVID-19 exigiu rápidas adaptações na gestão das empresas, quer para garantir a continuidade do negócio, como para defender os interesses dos seus colaboradores, clientes e fornecedores. É natural e expectável que algumas destas adaptações temporárias possam passar a permanentes, sendo várias as tendências esperadas ao nível da gestão, e que serão mais ou menos impactantes consoante o setor onde a empresa se insere, o seu produto, a sua dimensão, designadamente:
  • Incremento da digitalização, na organização da empresa, na sua relação com os clientes e fornecedores. O e-commerce tem-se afirmado com a pandemia e novos clientes manter-se-ão a utilizar este canal no futuro. É esperado o crescimento de novas experiências de compra online como shopstreaming (o comércio eletrónico funde-se com as transmissões ao vivo onde se apresentam e vendem os produtos) que cresceu muito na China no pico da epidemia. A esta dinâmica poderá ainda juntar-se o a-commerce (automated commerce) onde a inteligência artificial e o comércio se interligam convergindo com os avanços da robótica (por exemplo utilização de um chatbot).
  • Incremento do teletrabalho, em diferentes proporções consoante empresa e função do colaborador. Inquéritos estimam que cerca de 80% dos empregados (EUA) estão disponíveis a trabalhar remotamente (vs 37% pré-COVID). Empresas como o Facebook e o Twitter anunciaram a intenção da maior parte dos seus empregados passarem a trabalhar remotamente.
  • Investimento em telecomunicações (infraestruturas, 5G, segurança, redes externas), com a crescente preocupação pelas áreas de IT e de Cibersegurança das empresas.
  • Estreitamento de algumas cadeias de fornecimento, e incremento da relação direta com o cliente, também facilitada pela digitalização.
  • Um conceito de sustentabilidade empresarial fortalecido e alargado, onde as empresas oferecem serviços, criam soluções inovadoras, colaboram entre si, preocupam-se com o ambiente e bem-estar, contribuem para a sociedade, e estão conscientes que o seu cliente valoriza esta conduta.
 

Impactos que se tornarão permanentes

Em Portugal, 17% das empresas indicam ser muito provável aumentarem o recurso ao teletrabalho.
 

Em Portugal, no inquérito do INE a 5,6 mil empresas efetuado na 1ª quinzena de Junho, as alterações provocadas pela COVID-19 nas atividades das empresas que se tornarão muito provavelmente permanentes são:

  • O reforço do investimento em tecnologias de informação, 25% das empresas. Esta percentagem aumenta nas empresas de grande dimensão para 37%. Por setor de atividade, este valor é superior nos Outros Serviços1 (33%) e nos Transportes e Armazenagem (31%).
  • O aumento do recurso ao teletrabalho, 17% das empresas. Esta percentagem aumenta nas grandes empresas para 34%. Por setor de atividade, a intenção é superior nas empresas de Informação e Comunicação (47%) e nos Outros Serviços1 (32%).
  • No Alojamento e Restauração, 25% das empresas consideram muito provável redirecionar os mercados alvo e 18% alterar a gama de produtos vendidos/serviços prestados.

 

Preservar capacidade produtiva é prioridade

Foco nas medidas de apoio ao emprego e às empresas.

 

Em Portugal, poderá assistir-se, em 2020, a uma queda anual da atividade turística de 15% a 20%, contribuindo para uma redução do PIB até 2.6%. Mesmo com uma recuperação a partir de junho (já visível), existe o risco de que a atividade do turismo se encontre, no final de 2021, ainda 10% a 15% abaixo dos níveis pré-Covid.
Este cenário seria concretizado se, por quebras do rendimento e da procura que se prevêem temporárias, se observassem aumentos significativos e mais duradouros do desemprego e do encerramento de empresas. Isso significaria que, quando a procura turística regressasse plenamente, Portugal não conseguiria aproveitar a recuperação económica na sua totalidade, porque teria perdido capacidade produtiva num sector fundamental. Uma prioridade deverá ser, assim, preservar a capacidade produtiva no turismo, através da extensão das medidas de proteção do emprego e de apoio à tesouraria e à estabilidade financeira das empresas.

 

Principais desafios na fase de recuperação

Segurança, rentabilidade, qualidade e comunicação.

 

Enquanto uma vacina não estiver disponível e persistirem os impactos económicos da crise, os consumidores manter-se-ão cautelosos. Por outro lado, a economia pós-Covid-19 deverá ser menos global, mais digital e mais consciente (com consumidores mais exigentes no que respeita à qualidade, saúde, ambiente e valores das empresas). Este contexto gera vários desafios:

  • Promover o turismo no mercado interno "alargado" (turistas portugueses e espanhóis); em 2019, os portugueses fizeram 3 milhões de viagens turísticas ao exterior e 2.3 milhões de espanhóis visitaram Portugal);
  • Capitalizar, nos mercados externos chave, a imagem de Portugal como destino seguro no contexto Covid; e como país estável do ponto de vista social e político;
  • Preservar o estatuto de destino seguro através de medidas preventivas e sanitárias rigorosas;
  • Focar em segmentos de mercado com maior poder de compra e maior propensão a viajar (e.g. millenials), dada a pressão sobre a rentabilidade (custos acrescidos e restrições ao número de clientes);
  • Investir numa oferta com maior qualidade, mais personalizada, genuína e de menor densidade, assente em práticas sustentáveis;
  • Assegurar a acessibilidade aérea a partir dos mercados chave, assumindo capacidade e segurança da oferta turística;
  • Adaptar a comunicação e oferta a um consumidor mais digital.

Em Portugal, o canal online tem sido utilizado, sobretudo, para a compra de bilhetes, de roupa, de filmes, música e revistas, e de viagens e estadias. A compra de bens alimentares surge apenas depois destas rúbricas, com 28% dos portugueses a utilizaram o canal online para este tipo de despesa, em 2019. Se compararmos com outros países da UE, esta percentagem encontra-se bastante abaixo de países como Reino Unido e Holanda (do universo de utilizadores de internet).

A COVID-19 provocou profundas disrupções económicas, sociais, que exigiram adaptações estratégicas das empresas. Foi evidenciada a importância das empresas rapidamente redefinirem uma estratégia, e de terem no seu ADN fortes capacidades de rapidez na adaptação à mudança, resiliência e inovação.

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