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O Gás Natural e o posicionamento estratégico do porto de Sines

O que precisa de saber:

  • Em Portugal, o gás natural é uma fonte energética com bastante expressão, representando cerca de 25% do consumo primário de energia e 11% do consumo final de energia.
  • Portugal importou, em 2021, €1,7 mil milhões de gás natural, que representou 20% das importações energéticas.
  • O porto de Sines apresenta um posicionamento geoestratégico que poderá destacar-se no âmbito do incremento de fornecimentos, por exemplo, dos EUA.

Susana Barros, Tiago Lavrador  |  Estratégia e Research Económico - Agosto 2022

 

 

O gás natural em Portugal 

25% do consumo primário de energia.

Em Portugal, o gás natural (GN) é uma fonte energética com bastante expressão, representando 25% do consumo primário de energia e 11% do consumo final de energia. É usado para a produção de eletricidade (54%), pela indústria (36%) e também para o consumo doméstico (6%). O país não possui este recurso endogenamente, pelo que o importa na sua totalidade:

Por terra, através do gasoduto que tem origem na Argélia, passa por Marrocos, Estreito de Gibraltar, Tarifa (Espanha), Córdoba, Badajoz e chegando a Portugal em Campo Maior e em Valença do Minho. A partir daí, o GN, a alta pressão, entra no gasoduto nacional;

Por mar, o gás natural liquefeito (GNL) chega ao porto de Sines, transportado por navios metaneiros, tendo a sua origem sobretudo na Nigéria (49% das importações portuguesas de GN em 2021) e nos EUA (31%), entre outros países.

Para além destes pontos de entrada na rede, merecem referência também (i) o ponto de ligação à instalação de armazenamento subterrâneo do Carriço (concelho de Pombal); (ii) o gasoduto principal que se estende ao longo da zona oeste do país, entre Sines e Valença do Minho; e (iii) o gasoduto de trânsito que liga a zona central do sistema na região de Leiria-Pombal com a fronteira leste com Espanha.

A atividade de armazenamento em Portugal divide-se entre o armazenamento subterrâneo de gás na sua forma gasosa (obedecendo ao estipulado num contrato de concessão, em regime de serviço público, estabelecido entre a REN e o Estado Português) e o armazenamento de GNL realizado pela REN Atlântico, que procede às operações de receção do GNL, sua regaseificação e posterior entrega à rede de alta pressão.

 

Rede nacional de transporte de Gás Natural, 2022

 

Importações de gás natural e o Porto de Sines

Uma nova estratégia energética na UE

Portugal importou, em 2021, €1,7 mil milhões de gás natural, o que representou 20% das importações energéticas nacionais. Em volume, mais de 90% correspondeu a GNL, correspondendo o restante a importações em estado gasoso, por gasoduto.

 

Importações de GN e o Porto de Sines, 2021

Fonte: Direção Geral da Energia e Geologia (DGEG).

 

 

O terminal de Sines desempenha importantes funções, permitindo a receção e descarga de navios metaneiros de qualquer origem; a posterior armazenagem do GNL; e a emissão para a Rede Nacional de Transporte de Gás Natural (RNTGN). Destacam-se também outras valências como:

• A possibilidade de importar GNL de qualquer proveniência, o que aumenta a segurança no abastecimento;

• A possibilidade de fornecimento de GNL por camião cisterna, viabilizando o fornecimento a locais remotos do país.

 

No contexto da guerra na Ucrânia, com a UE focada na redução da dependência do gás russo e com o aumento das importações oriundas dos EUA, o porto de Sines apresenta algumas vantagens competitivas relativamente a outros portos, nomeadamente:

• maior proximidade a mercados que se espera aumentem o seu fornecimento à UE (e.g. EUA); e localização na costa Atlântica, próxima dos maiores portos da Península Ibérica;

• maior porto de águas profundas da costa atlântica, não tendo o congestionamento dos portos do norte da Europa. Pode ser um local para o transhipping – permitindo a chegada de grandes navios petroleiros e a transferência para navios de pequeno ou médio porte, com maior facilidade para fazer essa distribuição.

No entanto, existem limitações de capacidade de interligação entre Espanha e França, que exigem novos investimentos, pois a mesma é insuficiente para possibilitar a chegada deste GN à Europa.

 

 

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